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Como se proteger da Inflação?

Atualizado: 17 de jan. de 2022

É evidente que não há investimento com risco zero, portanto toda aplicação possui um fator de risco, algumas possuem um risco maior e outras menor. Outro ponto que é importante destacar, os investimentos de maior risco tendem a obter retornos maiores do que os de menor risco e o dinheiro aplicado em investimentos de menor retorno podem ser corroídos pela inflação.


Se o investidor apenas opta por uma aplicação de baixo risco, provavelmente perderá poder de compra no longo prazo, por isso muitos investidores buscam analisar o retorno de um investimento em relação a taxa de juros real.


A inflação é o aumento da oferta monetária, expansão monetária e tem como consequência o aumento nos níveis dos preços.

A taxa de juros real é a taxa de juros de uma aplicação retirada a inflação.


Suponha que:

A taxa Selic esteja em 4,25% a.a. e o IPCA (principal índice de inflação do Brasil) esteja próximo de 3,5% a.a. Portanto, obteríamos uma taxa real de 0,72%.

Apropriando-se do cenário exposto acima, uma aplicação em um título do tesouro nacional renderia, em termos reais, 0,72% a.a.


E se a inflação for maior que a taxa de juros?

Quando um investimento possui uma rentabilidade inferior à inflação, chama-se juros negativos. O dinheiro aplicado nesse investimento está perdendo valor de compra.


Suponha que:


A taxa Selic esteja em 4,25% a.a. e o IPCA (principal índice de inflação do Brasil) esteja próximo de 5% a.a. Portanto, obteremos uma taxa real negativa de -0,71% a.a.

Uma aplicação em um título do tesouro nacional renderia, em termos reais, -0,71% a.a.



 

Como o investidor pode se proteger da inflação?


  • Títulos públicos indexados ao IPCA:

Os títulos públicos indexados ao IPCA (NTN-B,


NTN-B PRINCIPAL) pagam juros do IPCA do período mais uma taxa pré determinada. Por exemplo : IPCA + 4% a.a.

Mas, o investidor deve ter cautela ao investir nos de longo prazo de vencimento, pois estes sofrem c


om a marcação a mercado no curto prazo.

É bom lembrar que sempre há o risco de que o governo manipule índices de inflação (se apenas o governo pode medir a inflação, a medida tende a ser usada para benefício do próprio governo).


  • Imóveis com contratos de aluguel reajustados pela inflação:

Nesse caso, alguns fundos imobiliários se enquadram também.


  • Títulos pré-fixados

Os títulos pré-fixados possuem, na data de aplicação, uma taxa pré acordada que será paga no vencimento do título. Portanto, esses títulos também sofrem com a marcação a mercado caso a inflação suba e os juros subam para tentar conter.


  • Ações de empresas com poder de remarcar preços:

Há diversas empresas monopólio/oligopólio no Brasil, é fácil encontrá-las na bolsa.



Portanto, essas opções só protegem o investidor até certo ponto. Suponha que a economia nacional alcance uma inflação no nível de outros países como Argentina, Venezuela, Cuba; Títulos públicos, imóveis e empresas nacionais perderiam completamente o seu valor. Por isso, deve-se pensar em proteção a nível global, de modo que o investidor fique imune ou pelo menos mais seguro frente ao risco político brasileiro.


 

Caso de Hiperinflação


Como o nome sugere, uma hiperinflação é o estágio mais alto da inflação. Nesse ponto ela já perdeu o controle e a elevação de preços e desvalorização da moeda continuam acentuadas.


  • Investimento em empresas de países com moeda forte e maior segurança jurídica.

Ativos de países norte-americanos e europeus, já servem como parte de uma carteira protegida da hiperinflação.


  • Investimento em ativos que mantenham seu poder de compra e não possam ser inflacionados por governos.

Metais preciosos, destaque para o ouro, e quem sabe até mesmo moedas desestatizadas, como o Bitcoin.


É imprescindível ressaltar que, ainda devido ao risco de conversibilidade, tudo que dê exposição indireta a outros países corre maior risco de intervenção do governo do que ter aplicações diretamente no exterior.


 

Preços – IPCA e meta para a inflação

Atualmente estamos vivendo um periodo de aumento da inflação, A inflação gera incertezas, desestimulando os investimentos no Brasil.

O BC estimou que a inflação ficará em torno de 6,5% para 2021 (acima do teto de 5,25%), 3,5% para 2022 e 3,2% para 2023.





As estimativas consideram as projeções do mercado para a taxa básica de juros e para o câmbio neste e nos próximos anos.

 

Quem se beneficia do aumento da inflação?


Não é muito apropriado dizer que o investidor pode ganhar com a inflação, talvez durante um curto período de tempo dependendo do tamanho dessa inflação. Mas o maior beneficiado pelo aumento inflacionário é o governo. Por dois principais motivos, são eles:


  • Inflação crescente + taxas de imposto fixas

Essa combinação aumenta o dinheiro arrecadado pelo governo. Afinal, por mais que exista uma inflação crescente, o investidor deve recolher o imposto quando obtém lucro nos seus investimentos ou do dinheiro gerado pelo seu próprio trabalho. Muitas vezes o retorno de um investimento foi gerado apenas por uma indexação à inflação, por exemplo: um investidor comprou uma ação a R$100,00 a inflação foi de 5% a.a. e no outro ano ele vende essa ação a R$105,00, possuiu um lucro de 5%, mas em termos reais não obteve ganho.


  • A desvalorização monetária é benéfica para os devedores

Sobretudo, se os devedores conseguem pegar dinheiro emprestado por juros baixos, como é o caso do governo quando ele reduz a taxa de juros a patamares abaixo da


inflação. Assim, as dívidas que o governo possui perderão valor ao passar do tempo, visto que os juros da dívida, em termos reais, estão negativos.





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